segunda-feira, 20 de abril de 2009

Últimas notícias 5

Um mês após minha chegada a Milano, começo finalmente a pôr a mão na massa e produzir de verdade. Levou certo tempo para eu me adaptar, encontrar os materias que preciso, conhecer a cidade e as pessoas, me abastecer de novas idéias.
Essas imagens foram feitas no "bunker" onde moro! Sou eu, trabalhando na matriz de uma gravura. A segunda imagem é uma experiência que estou fazendo usando a placa de plástico que o professor Bacco indicou como matriz de gravura. Sem querer, o desenho que fiz nesse material foi projetado na parede do atelier. Gostei do acaso! Acho que vou incluir como parte da obra!

Lavorando no "bunker"!

Desenho sobre placa de plástico e a projeção da imagem na parede do atelier.

Professor Bacco aplicando uma técnica diversa de fazer gravura.



Últimas notícias 4

Que felicidade, meus amigos! Estou começando a fazer um SOMzinho em Milano! E o melhor: tocando forró!

Pois é! O Kal dos Santos, que conheci por intermédio de Giba Conceição, me convidou pra fazer alguns eventos com ele. Kal é baiano, ator, músico e compositor. Vive em Milano a uns 19 anos! Cabra bom! Gente fina! Artista bravíssimo! Confiram sua página no myspace(www.myspace.com/dossantoskal).


Sábado passado participamos de um evento num teatro, tocamos algumas músicas. O evento foi transmitido pela TV e nosso som passou no jornal das 19:00! Quem quiser confirir, entre no link ( http://c6.tv/archivio?task=view&id=3815&special=26 ). O som não tá muito bom, mas dá pra ter uma idéia.


Depois de nós, tocou o mestre de sanfona da Casa Morigi! Que coincidência, pois quero fazer uma mostra nesse lugar e sou fã do sujeito. Fiz amizade, tirei fotos!



Eu e Kal no Metrocult.


Maestro da Casa Morigi, no mesmo evento.

O maestro e seus fãs!

Últimas notícias 3

Dia desses fui a uma grande mostra de uma escultora polonesa chamada Magdalena Abakanowicz. Impressionante, não só pelo tamanho e qualidade de seus trabalhos, como pelo espaço onde estão. Essa mostra se encontra na Fondazione Arnaldo Pomodoro, um lugar imenso, próprio para escultura. Uma antiga fábrica, reprojetada para esse fim. Arnaldo Pomodoro (que apelidei de "Naldinho Tomate"!) é um grande nome da escultura italiana.
Eu, "dentro" da obra da Magdalena!

Reparem o tamanho. É metal!

Espaço da Fondazione Arnaldo Pomodoro.


Outra obra de Magdalena Abakanowicz.

Últimas notícias 2

Aqui o feriado da Páscoa é muito esperado. A diferença é que aqui se não é feriado na sexta da paixão e sim na segunda de assunção. Bem, Silvia me fez um convite e no sábado do feriadão fui almoçar na casa de seus pais, numa região montanhosa que fica numa cidade vizinha a Milano.
Que belo lugar! Andei no bosque, conheci a natureza da região e tive a sorte de ver um cervo na mata! Um viadinho italiano! Tão fofinho!
As outras imagens são de uma visita que fiz à basílica de santo Ambrogio, a mais antiga de Milano. Creio que é de 800! Pois é! Não falo de 1800, falo de 800! Incrível!


Vista da casa dos pais de silvia, nas montanhas.


Cervo no bosque!


Até no bosque tem arte!


Basílica de santo Ambrogio. Cerca de 800 d.c.


santo Ambrogio em seu sono eterno!

Últimas notícias 1

Giba voltou para o Brasil a duas semanas. Mas só agora tive tempo de atualizar o blog. Ele enviou essas imagens.
Em Milano Giba botou pra quebrar! Deu aulas de percussão e fez, junto com Kal dos Santos, um belíssimo show num bar da cidade. Essas imagens foram feitas na noite desse show.
Eu, Kal e Giba.
Giba, eu e o pessoal do Mitoka samba, grupo de Kal dos Santos. Gilson silveira nos caxixis!


Um grupo de poetas que conhecemos.


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Terremoto em Itália!

Essa é pra acalmar os amigos. Fiquem tranqüilos: o terremoto não chegou aqui em Milano!
Mesmo assim, agradeço pela preocupação de todos que me escreveram.

A repercussão é enorme, na televisão a notícia é freqüente e a controvérsia se faz sobre a capacidade de previsão dos tremores. Os cientistas dizem que não é possível, os jornalistas reclamam, o governo diz que vai resolver tudo... No meio disso tudo, muita gente sem casa e sem família e a grande perda de todo um acervo artístico.

Bem, agora as boas novidades! Semana passada, conheci Carolina, amiga de Silvia. Cheguei a Desses contatos por meio de Mauro, que é Designer formado pela Escola de Belas Artes. Carolina é de São Paulo, mas mora aqui faz tempo. Trabalha com publicidade numa agência e tem um belo trabalho autoral com fotografia. Ela me levou num lugar chamado Casa Morigi, onde ela pratica capoeira com um grupo liderado pelo mestre Lagartixa, um pernambucano de Olinda . É o que se costuma chamar por aqui de "casa occupata". Um lugar que estava abandonado e que algumas pessoas começam a utilizar. Depois de um tempo de ocupação, de acordo com certas leis, o governo lhes concede alguns direitos e eles passam a pagar luz, água... Menos aluguel! Geralmente os moradores são artistas e a movimentação cultural é intensa.

Carolina teve a idéia de fazermos, na Casa Morigi (http://www.casamorigi.org/casa ), uma coletiva com os nossos trabalhos e de mais outra artista brasileira que ainda não conheço. Essa idéia avoluiu e estamos planejando uma serata brasiliana, uma noite de cultura brasileira, de preferência na época junina. Forró, bandeirola, fogueira, capoeira e, claro, uma mostra de artistas brasileiros! Para tanto é necessário que façamos um projeto para ser lido e aprovado por todos os moradores. Não é tão simples assim, o negócio lá é bem organizado!
Na noite em que Carolina tirou as fotos que apresento nessa atualização, acontecia um evento bem diverso. Tinha teatro, mostra, vídeo, instalação, música da Europa oriental (há um professor de sanfona nessa casa!) e muita gente. Estou animado, será uma grande experiência!

Cartaz do grupo de capoeira de Lagartixa.


Interior da Casa Morigi.

Espaço para exposição na Casa Morigi.

Tocador de "pé-de-bode" na Casa Morigi!

Alunos do professor de sanfona da Casa Morigi.

Professor de sanfona. O cabra é bom!

Porco assado na oficina de instrumentos da Casa Morigi.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Exposição de instrumentos antigos

Olha só: dia desses encontrei Giba, grande músico de Salvador. Ele veio dar aulas em escolas, workshops, tocar nessas terras... Marcamos encontro no Castelo Sforcesco, onde tem uma exposição de instrumentos antigos. Nossa! Muito grande! Vi instrumentos mais antigos que o Brasil!

Bem, tirei várias fotos e separei algumas que me lembram os amigos da Camerata Popular, grupo musical de Salvador com o qual tenho o prazer de tocar muitas vezes.

Eu e Giba no Castelo!


Essa é pra Sálua e Henrique!






Essa é pra Ricardo Marques!




Essa é pra o mestre Kito Matos!


Essa é pra Leonardo!

E essa, lógico, é pra mim!


domingo, 5 de abril de 2009

Mergulhando em meus projetos

Olá, amigos
Mais uma vez venho contar-lhes minhas descobertas em terras estrangeiras.
Pois bem, começo falando um pouco do que realmente interessa: os projetos que pretendo desenvolver com a orientação dos professores que me foram apresentados em Brera. Devo salientar que, excetuando as lições de história da arte do professor D’avossa, todas as outras três aulas que freqüento são basicamente práticas. Muito bem, não sou matriculado em Brera, sou apenas um aluno ouvinte e por isso não posso exigir direitos nem tomar muito o tempo dos professores. Na verdade, é um favor que eles estão fazendo ao professor D’avossa quando me recebem.


Nessa semana pude acompanhar com mais afinco as lições, pois já me encontro numa situação de conforto com o novo alojamento e, acima de tudo, estou mais familiarizado tanto com a língua como com os costumes e práticas daqui. Isso graças à ajuda de alguns amigos que tenho feito. São principalmente contatos de amigos brasileiros e italianos envolvidos com a cultura brasileira. Eles me ajudam muito nas pequenas (porém essenciais) tarefas do dia a dia, como procurar material com preço mais econômico, entender certas práticas, conhecer galerias e museus. O sistema de ensino em Brera é bastante diverso do sistema da UFBa. Aqui não é necessário freqüentar as aulas todos os dias. Uma vez por semana os alunos se dirigem ao professor, conversam sobre seus projetos pessoais, recebem orientações e retornam na semana seguinte com as modificações para nova análise.


Outra diferença é o momento de terminar o curso. Assisti ao exame final de Silvia, que conheci na semana anterior! Ela acabou de se formar. Um dia em que a academia fica repleta de parentes dos alunos e depois todos saem para comemorar. Silvia apresentou seus trabalhos pra uma banca, eles deram a nota e pronto. Não tem formatura, colação de grau, toda essa parafernália que tem no Brasil.


Voltando ao assunto, estou freqüentando as aulas de gravura do professor Bacco. Iniciei apresentando meu trabalho, falando sobre meu projeto e o citado mestre orientou-me a iniciar alguns estudos. É um sujeito sério, com cara de exigente. Acho que não se animou muito com meu trabalho! Quero adaptar a série Bala Perdida pra falar da violência em outros lugares. Para isso, faço uma ligação de meu trabalho com as gravuras que Goya fez sobre a guerra na Espanha. O título que dei é Cabeça de Goya, porque li, numa biografia escrita por Robert Hughes, que a cabeça de Goya foi perdida durante o transporte de seu corpo, que estava enterrado na França, de volta para Espanha. Bem, minha idéia é mais panfletária, a concepção do professor Bacco é mais estética.


Outra lição de pintura, esta mais conceitual, com professor Marrocco, é a que mais me interessa. Os alunos são totalmente livres para produzir seus projetos, seja com qualquer técnica, suporte ou temática. Aprensentei meus trabalhos e ele orientou-me a aprofundar a série Risco, um projeto que desenvolvo com a técnica de desenho a carvão em grandes dimensões, pois nele viu mais potencialidade que nos outros trabalhos. Essa semana devo apresentar-lhe um estudo e, após sua orientação e alguns ajustes, imediatamente iniciar a confecção de tal projeto. Creio que será o projeto de maior custo, devido às dimensões e o tipo de material. Devo salientar que em Brera os professores primam pelo efeito dos trabalhos em grandes dimensões.


Venho procurando fazer o levantamento orçamentário para esse projeto. Silvia me levou a uma oficina de telas para pintura onde o dono vende um rolo de lona, já preparada, porém com pequenos defeitos, por 126 euros. É um grande rolo que serve tanto para o projeto do professor Marrocco quanto para os futuros trabalhos do professor Cattani, uma outra aula de pintura. Fica bem mais barato que comprar telas já prontas nas lojas de material artístico. Tem uma loja enorme, numa cidade perto de Milano, que tem muito material, coisas pra construção, tinta, plástico. Chama-se Brico Center. Acho que é o Taboão de Milão. Mesmo assim, fico surpreso com o preço dos materiais e preocupado se, porventura, tiver que escolher entre pagar minha alimentação e transporte ou comprar os materiais de que necessito. Disponho de pouco tempo para executar tais projetos e pretendo fazê-los da melhor maneira possível.



Na rua: cabra bom de dedo!



Exame final de Silvia em Brera.



Escultura que vi numa mostra; chamei-a de "a mijona"!